O cenário era lindo. Europeu. E eu tinha na mão uma passagem aérea. Parecia um sonho bom.
Finalmente um sonho bom!
Mas #vou_tecontar que a passagem tava toda errada. Era de um voo que tinha saído 6 horas antes. E que faria em 14 horas um trecho de 2h30. Tinha uma travessia de barco, de jipe, só faltava conexão pra pegar jegue.
Frio na barriga.
Acordei, dormi de novo e a história continuou. Sabe assim?
Eu ligava pra Gol (era Europa mas era Gol, sonho permite esse tipo de incoerência, né?), mas não conseguia resolver, não conseguia trocar a passagem, não conseguia nada.
O próximo voo custava umas dez vezes mais. E a moça insistia que àquela altura eu tinha que estar no barco. Porque de acordo com o sistema eu tinha embarcado.
– Moça, eu juro que não tô no barco, moça. Não foi isso que eu comprei.
Ela não aceitava a realidade. E eu não aceitava aquele trajeto de maluco, uma viagem torta que começou antes mesmo da passagem chegar na minha mão.
Eu queria um próximo voo. Queria resolver aquilo. Queria seguir adiante.
Como terminou?
Com a moça da Gol me dizendo, com aquela voz de aeroporto, que eu teria que me entender comigo mesma. (!)
Porque, sim, eu estava naquela viagem que já tinha começado.
E se eu quisesse seguir um trajeto diferente seria problema meu e não da companhia aérea.
E eu não poderia arcar com um próximo voo.
Parecia um sonho bom.
Parecia.
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