Dia 1:
#Vou_tecontar que eu vi o homem aranha chorar.
Foi hoje cedo, vindo de carro pro trabalho. Ele tava sentado na sarjeta, num retorno da Av. dos Bandeirantes. De vestes sujas, bem puídas, ele olhava pro chão – e chorava. Uma grávida descalça parecia consolar.
O herói das ruas tava magro, abatido, roto – e aos prantos.
Não foi fácil ver o homem aranha chorar.
Eu quis chorar com ele.
Como faz, gente?
Como viver numa sociedade que faz o homem aranha chorar na sarjeta?
Dia 2:
Eu vi o homem aranha chorando na sarjeta outro dia.
E para quem pergunta se minhas histórias são reais, apresento o homem aranha das ruas.
Porque ele não desiste.
Nem eu.
A gente senta, chora, levanta e continua.
Imagem: arquivo pessoal.