Sábado de manhã. Espera sonolenta pra conseguir vaga no estacionamento de um centro médico em São Paulo.
#vou_tecontar que quando eu estou pegando o ticket com o manobrista, um carro praticamente “invade” a rampa e um jovem motorista desce “quente”.
– Ei, você tirou o cone de lá? Não pode, tá lotado (avisa o manobrista).
– Não quero saber, eu sou médico aqui. O resto é problema seu (e bate a porta do Palio).
– Mas não tem vaga. Não cabe! (se desespera o manobrista).
– Se vira, eu tenho mais o que fazer (pega o jaleco no banco de trás e sai andando).
Nesse momento eu já estou dentro do elevador, a porta fechando, mas ele mete a mão e entra.
E ignora o ticket do estacionamento que o manobrista tenta entregar, em vão, pelo vão.
A porta fecha. E eu não me aguento.
– Seu nome é?
– Fábio. Dr. Fábio. Por quê?
– Só pra eu lembrar. De nunca passar em consulta com você. Bom dia.
E ainda bem que eu desci logo no primeiro andar.
Ou estaria aqui escrevendo “o dia em que apanhei no elevador”.
…
Deixo aqui uma sugestão de trilha sonora pra inspirar o Dr. Fábio. Quem sabe um dia, né?
Foto: arquivo pessoal.