Carnaval em branco

Pão de Açúcar da Mourato Coelho, sábado à tarde.

Omo, Comfort, Limpol, lustra móveis, papel higiênico… – #vou_tecontar que já pego logo de pacotão porque é mais econômico e dura mais.

Fila do caixa. Na minha frente, latas de cerveja. Atrás, catuaba selvagem.

Sim, é Carnaval em Pinheiros.

Mais de 35 graus e a turminha com três garrafas de catuaba. Glitter, penachos e fantasias pra todo lado.

Acho que “se pá” só eu fazia compras à paisana, no modo tradicional. Sacolas nos ombros, pego o fardo de papel higiênico e o caminho de casa.

Encontro foliões aos montes, se multiplicando exponencialmente (existe isso?).

Pensa rápido, Lília. Podem mexer contigo, perguntar qual a fantasia…

Opção 1: tirar o Limpol da sacola e fazer a “diarista”.

Não.

Opção 2: bancar a “cagona” e levantar o papel higiênico.

Não, sacanagem.

Opção 3: já sei: se alguém perguntar digo que tenho baile e vou de loira do banheiro. Para dar efeito uso papel higiênico de serpentina.

Mas quer saber?

Eu queria mesmo é fazer a múmia e passar em branco.

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