– Espera!, gritou a criança de uns 3 anos pro tiozinho do milho.
Ele esperou.
– Volta!, ela ordenou.
Ele manobrou o carrinho pra voltar e… tombou. Tombou pra frente. Levantou e… de novo foi ao chão.
Milho com areia.
Areia com Claybom.
Engavetamento de espigas.
Esparramamento de colheres.
#vou_tecontar que foi uma comoção.
Rapidamente umas seis pessoas se apresentaram pro resgate. Assumi o posto de recolher espigas.
O tiozinho do milho “concorrente” e o senhorzinho do mate com abacaxi foram ágeis. Experientes na labuta, botaram tudo no jeito e novos milhos na panela em menos de 15 minutos, sem abandonar seus próprios clientes.
Chamaram também a esposa do tiozinho acidentado, que tem um histórico de problemas de saúde, mas “teima” em seguir trabalhando de sol a sol. “Alguém tem que tomar uma providência”.
Areia limpa, carrinho pronto, vida que segue.
Sim, existe solidariedade no litoral de SP. E vou dizer que os ambulantes deixam a areia mais limpa do que a maioria dos turistas.
A criança?
Negociou rapidamente com a mãe a troca do milho por um pastel de queijo e assistiu tudo de camarote. De barriguinha cheia na sombra de sua barraca gigante. Rodeada de embalagens de suco e pacotes de salgadinho – de milho.
16h56.
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